sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mais um sobre a vida e seus imprevistos


A espera, mesmo que incerta - e sempre será - merecia existir. Deveríamos guardar um espaço em nós para o imprevisível e, de certa forma, ele seria previsto. Pode parecer contraditório, mas penso nisso como uma verdade. Um segundo de incerteza é o suficiente para a insatisfação imediata, para o medo, a insegurança e não deveria ser assim - toda a vida é incerta!

Não há certeza, nem mesmo sobre o segundo seguinte a este - e enlouqueceríamos se pensássemos o contrário. Comecei a escrever porque tenho medo de perder o que penso. E tenho mesmo! Tanto do que planejo vai à baixo em pequenos segundos de distração... Seria ingênuo ou imaturo confiar em memórias soltas; elas tendem a se perder. Ah, enfim.

Preferiria não sofrer com os imprevistos, mas também recuso-me a esperar que tudo ocorra como planejei; hoje vejo que isso destoaria o sentido da vida e tudo o que penso de mim mesma pareceria manipulação. Passei a entender as dificuldades da espera, mas ainda não aprendi a conviver com o incerto. Ok, as orações nascem mesmo daí: de dúvidas, medos, inseguranças, sustos e dores. Resta-me apenas confiar em mim, no que não esperei, mas tenho de viver hoje e, assim, haverá alguma razão que sobreponha meus por quê's.

A missão agora é esta: confie, meu bem, confie! É preciso deixar Deus ser Deus. Bom dia!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A todos nós, algum dia...


À você, que não rima seus sonhos, nem faz deles planos p'ro que venha a ser;
À você, que só conta vantagem e faz sua imagem no que não pode ter;
À você, que esqueceu a sentença de uma vida intensa, sem nada a perder;
À você, que deixou sua essência e hoje a consequência te leva a sofrer.

À você, que se acha feliz, mas nem sabe o que diz o refrão da canção;
À você, que só enxerga o que quer e se esquece da fé, por não ver a razão;
À você, que se deixa levar por qualquer um que ousar te tomar pela mão;
À você, não somente à você, mas àquele que ler e entender a intenção.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ainda não aprendi a perder


















Engraçado como o tempo se encarrega de - quase - tudo... De forçar nosso amadurecimento, de nos colocar algumas rugas e cabelos brancos, de elencar-nos N possibilidades, desde o nascer do sol. O mesmo tempo nos ensina a corrigir os erros que a vida nos levou a cometer. Da mesma forma, errando ou não, aprendemos que não temos culpa pelo imprevisível, mas necessitamos culpar algo ou alguém e, assim, acabamos por culpar a nós mesmos.

O tempo pode até fazer com que nos adaptemos à ausência, mas jamais revelará a fórmula do esquecimento. Em tudo o que aprendemos na vida, dos detalhes às mais absolutas certezas, nada se compara a uma perda. Não aprendemos a perder. Desde o momento em que somos gerados, nosso instinto nos diz que é preciso ganhar, ou não teremos outra chance. Quando nascemos é mesmo assim, e ainda pior.

Aceitar uma perda nunca foi fácil pra mim, nem penso que algum dia será. Se isso me ocorresse, acho que desistiria de tudo o que me impulsiona a seguir e não faria mais sentido acordar toda manhã. Mas entendi que esse fardo é necessário e, ainda que por vezes, eu não saiba tomar a dose certa de coragem, aprendi que é preciso seguir em frente. Aprender a perder talvez fosse o caminho mais fácil, mas que graça teria se não fosse como é?!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bastidores

"Em paz com a vida e o que ela me traz, na fé que me faz otimista demais", diversas vezes usei esse trecho de Emoções do Roberto em descrições de perfil nas redes sociais. Acho lindo, simples e objetivo, claro, além de ser muito próximo do que eu penso de mim. Mas nem sempre segui à risca essa melodia... Em alguns - diversos - momentos a minha lucidez foi confundida com a força que não tenho nas 24 horas do dia, mas acreditam que tenho. O fato de eu não me deixar levar por confusões e todo aquele aparato negativo, cada vez mais acessível, parece fazer com que as pessoas ignorem a minha humanidade. Também erro, também me calo, também peco. Sei que boa parte desse incômodo parte de mim mesma, quando prefiro assumir somente os meus sorrisos e guardo as lágrimas para os bastidores. Isso porque não sinto pena de mim e acredito que perceber esse tipo de sentimento vindo dos outros deva ser ainda mais doloroso que a dor que sinto, de fato.

Quando componho, a maior parte das músicas é um resumo de mim mesma. Sim, existem aquelas que escrevo sem nem imaginar como seria viver o que elas cantam, mas digo, a maioria; essa sou eu. Cheia de incertezas, medos e desilusões que eu mesma crio. Cada vez que me coloco atrás de uma armadura, ali, estou me iludindo. Logo depois vem a consciência e explica que também é necessário sofrer e que quanto mais eu fujo de minha humanidade, mais forte e agressiva ela vem. Quando sinto, escrevo músicas. Quando a tempestade passa, venho aqui. Como se fosse tranquilizador garantir que os sentimentos sejam atemporais. Daqui a pouco, volto e leio o que me inspirou um texto hoje, talvez até componha uma música que fale sobre isso, mas no momento, soa melhor uma oração. Como tudo o que é momento na vida, isso - também - passou.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tenham paciência, meninos!

Não venho aqui dar sermão nos machos de plantão, falar sobre bipolaridade ou aqueles assuntos de revistas teens. Também não sou portadora de discursos feministas, acho até, que no mundo globalizado em que vivemos não cabem mais os pensamentos fixos e as falas prontas; estamos num constante processo de adaptação. Digo; adaptação ao externo e 'tooodo' esse universo dentro de nós mesmos.

Quero citar a mulher que é filha, neta, sobrinha e que, talvez, seja - automaticamente - irmã. Essa mesma mulher irá tornar-se amiga, depois namorada, esposa, mãe, tia, avó e filha, novamente (não necessariamente nessa ordem). Ainda estou na fase 'namorada', mas isso engloba tantos elos, tantas faces... São muitas as autocobranças que vivemos (mulheres). Nem sempre existe um motivo real, nem sempre vocês (homens) perceberão e, por isso, são - automaticamente - perdoados.



Em - quase todos os - momentos sofremos por antecipação. Seja pela ansiedade nossa de cada dia ou por termos de conviver com nossas próprias confusões; algumas costumeiras, outras ainda desconhecidas, mas da natureza de toda e qualquer mulher. Então...
__Tenham paciência, meninos!
__Tenhamos paciência, meninas!
Talvez esse seja o real significado da tão famosa sigla, TPM. (rs)


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A beleza da dor

Bem considero que a dor, como tudo na vida, quando enxergada por olhos otimistas, possa ser mais bonita do que a felicidade nos modos costumeiros. A dificuldade nem sempre vem seguida de tristeza, assim como o fácil não necessariamente irá representar conquistas felizes.

Na verdade, acredito que tudo o que conseguimos sem muito esforço perde a graça já no momento seguinte, quando não temos o íntimo reconhecimento de luta. É por aí... O ser humano é fiel imitador de São Tomé (antes de sua experiência divina): precisa ver para, só assim, confiar no que sente.

E nunca passou à sua cabeça que a dor pode ser o método mais eficiente de fazer com que nosso orgulho se rasgue e enfim, notemos aquilo que a vaidade não nos dá a chance de perceber?

Em curtas palavras: na dor é quando mais aprendemos! Talvez seja o corpo pedindo ajuda à alma, ou ainda mais intenso: a alma pedindo ajuda ao corpo. Mas pode ser que também estejam os dois tentando fazer com que voltemo-nos ao que nos cura de qualquer mal... Sim, a fé.

Há beleza por trás de tudo!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Depois do fim

(Confuso... Confuso que só! Mas, no fundo, é bem verdade. / O rascunho aí embaixo fala das dúvidas de alguém que não está preparado para o fim de um relacionamento e quando esse dia chega, promete não se entregar mais. Acontece que outro amor aparece e, claro, não dá pra saber se será diferente. Por isso, confia - mais uma vez - que essa pode ser a história sem fim. / Ok, muito complexo. Mas não é mesmo assim que acontece? Se acreditarmos na possibilidade de alguma novidade acabar, abandonaremos o barco ainda no porto. O jeito é fechar os olhos e correr os riscos. Cruzar os dedos e desvendar!)


Se no fim virar paixão, o que vier depois do fim vai estar nas mãos de quem?

Na espera de um amor vai estar o que se espera de nós. Na semana inteira ou o quanto passar, hei de viver as promessas contidas desde o silêncio e outra confusão.
Num próximo instante, já estarei de volta. Como quando te vi, e me desconhecendo, resumi uma vida à sua espera.
Até que então, sem querer, perdi a razão de ser... n'outra despedida.

Descanso do dia, distraio a emoção. Enxergo a novidade e confio, como sempre.

Acordo apressada, hum... o descuido do só. Não vejo mais nada, me perco e, como sempre, desacredito no fim. Mas... Se no fim virar paixão, o que vier depois do fim vai estar nas mãos de quem?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Silêncio

Shhh... Escute-o, ele tem muito a dizer! Por mais vasto que seja nosso vocabulário, alguns sentimentos são difíceis de serem traduzidos em palavras. Devemos apenas sentir. Permitamo-nos senti-los!

Constantemente, somos bombardeados com novidades e obrigações que nos tiram o direito de silenciar. A rotina confunde calmaria com descanso, pausa... E assim, qualquer ação é interrompida. Eis o motivo pelo qual todo cansaço persiste, mesmo após uma noite inteira de sono; descansamos o corpo sobrecarregando a alma.

Bem mais simples que um discurso espiritual, não é preciso seguir alguma crença para compreendermos as necessidades do espírito, e ele precisa ser escutado. O que não pode ser percebido pelos olhos, perpassa a linha dos sentimentos e devemos senti-los, a sós.



O particular deve mesmo ser desconhecido pelos outros. Não há mapa, bússola ou roteiro que indique o caminho. Nem há religioso, especialista ou experientes no assunto "eu". Por mais ignorado que seja o trajeto, acredito que a largada seja de fato, o silêncio. 

Vivamos o deserto de nossas dúvidas, analisemos nossas próprias dificuldades, reconheçamos os limites que, aí sim, iremos saber o momento certo de comemorar - em alto e bom som - mais um aprendizado.Também há cura no silêncio.