sexta-feira, 2 de julho de 2010

P/A


A novidade assusta. Vem, traz o medo, surpreende e passa.
Passa o medo e com ele, o entusiasmo.
É a paixão; sempre instantânea... Acontece e já não é mais novidade.

Com o tempo vão-se os medos, o entusiasmo e as incertezas.
Fica o gosto bom do que não passou. Passou a paixão, ficou o amor.
Capaz de recriar instantaneamente qualquer sentimento e trazer com ele o mesmo entusiasmo e ainda mais surpresas.
Agora sem os medos e com uma certeza. (Talvez não a única, mas quem se importa?!)

Sem prazo algum, o amor.

A música para o amor.



A música traduz o que o amor, por si só, não conseguiria definir.
Responde enquanto o amor interroga.
A música acalma enquanto o amor pede pressa.
E é a voz de quando ele nos tira a fala. E o chão. E o ar.
O músico faz dela sua síntese, seu palco e o sentido pr'a seja lá o que for, e seja lá o que sinta, ainda sem se importar com o que lerão em suas frases.
O músico não se importa com o sentido que elas terão aos outros ouvidos, nem pede que eles tenham a sua intensa interpretação.
Ele só zela pelo seu dom e reza pr'a nunca perdê-lo, pois enquanto o romântico dedica sua poesia e com uma rosa descreve sua afeição, é cantando que o músico enfim se entende e traduz o amor em forma de canção.