sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Eu aprendi...

Numa daquelas sessões de autoterapia - em que falo comigo mesma e escuto a mim mesma, meio louco, sim, e daí -, tirei algumas conclusões sobre cansaço. Sim, o cansaço. Um pensamento quase irrelevante pode ensinar muitas coisas como, por exemplo, o que me ensinou essa semana.

Há algum tempo, venho questionando minha rotina, reivindicando à mim mesma melhores condições de vida. Que fique claro: são questões internas e em nada têm a ver com os protestos que mobilizam multidões às ruas. Falo de condições que dependem tanto e somente de mim. Ao meu eu-psicólogo a pergunta mais frequente é: "Lara, você está feliz?", porque eu sei que sou, mas nem sempre estou feliz, de fato (sinceramente acredito que haja muita diferença entre ser e estar).

Posso olhar minha vida por completo e reconhecer-me feliz por ter as pessoas que amo ao meu lado, pelo apoio à busca pelos meus sonhos, por poder tomar meu café e comer um pão quentinho toda tarde (rs), enfim. Reconhecer-me feliz é ser grata por tudo o que me mantém viva e, se tenho tantos motivos, não vejo porque pensar o contrário; sou mesmo feliz! =)

Mas será que estou sempre assim? Será que durante boa parte do dia consigo pensar nos bons motivos que tenho pra reconhecer-me feliz? Nem sempre funciona dessa maneira (e acho que não só pra mim, viu?). Pensei que meu cansaço era físico e depositei todo o prejuízo na conta da rotina, coitada. Tirei alguns dias de férias; fiquei um tempo em casa e viajei. Revi os amigos que quase não vejo, brinquei com os bichinhos, comi meu prato predileto, tomei água de coco à beira-mar, andei sem pressa (só precisava chegar antes da novela, rs), toquei violão e prestei mais atenção no jeito de cada um, e amei ainda mais! Tive toda a certeza do quanto sou feliz.

Antes eu estava mesmo muito cansada, mas era um tipo de cansaço diferente do físico ou do mental... Era sentimental. Nem sei se existe essa expressão "cansaço sentimental", mas pouco importa. Durante esse tempo de terapia com meu eu-psicólogo (isso também não deve existir, rs) percebi a importância que o verbo "estar" exerce sobre o verbo "ser". É que eu realmente não estive tão feliz, mas isso porque senti falta dos amigos, família, bichinhos, tempero de casa, natureza, música e tantas outras coisas que ficaram no bolso escondido da necessaire.

Foi bom. Aprendi bastante, tirei foto de quase tudo, mas nem precisava; guardei cada momento que vivi. Foram só 15 dias, mas deu pra encher o tanque. Agora quando o cansaço parecer mais frequente que os sorrisos saberei que chegou a hora de tomar novas doses dessa minha energia vital. E pra todo o resto, ponho a culpa na rotina, mesmo. ;P