"Em paz com a vida e o que ela me traz, na fé que me faz otimista demais", diversas vezes usei esse trecho de Emoções do Roberto em descrições de perfil nas redes sociais. Acho lindo, simples e objetivo, claro, além de ser muito próximo do que eu penso de mim. Mas nem sempre segui à risca essa melodia... Em alguns - diversos - momentos a minha lucidez foi confundida com a força que não tenho nas 24 horas do dia, mas acreditam que tenho. O fato de eu não me deixar levar por confusões e todo aquele aparato negativo, cada vez mais acessível, parece fazer com que as pessoas ignorem a minha humanidade. Também erro, também me calo, também peco. Sei que boa parte desse incômodo parte de mim mesma, quando prefiro assumir somente os meus sorrisos e guardo as lágrimas para os bastidores. Isso porque não sinto pena de mim e acredito que perceber esse tipo de sentimento vindo dos outros deva ser ainda mais doloroso que a dor que sinto, de fato.
Quando componho, a maior parte das músicas é um resumo de mim mesma. Sim, existem aquelas que escrevo sem nem imaginar como seria viver o que elas cantam, mas digo, a maioria; essa sou eu. Cheia de incertezas, medos e desilusões que eu mesma crio. Cada vez que me coloco atrás de uma armadura, ali, estou me iludindo. Logo depois vem a consciência e explica que também é necessário sofrer e que quanto mais eu fujo de minha humanidade, mais forte e agressiva ela vem. Quando sinto, escrevo músicas. Quando a tempestade passa, venho aqui. Como se fosse tranquilizador garantir que os sentimentos sejam atemporais. Daqui a pouco, volto e leio o que me inspirou um texto hoje, talvez até componha uma música que fale sobre isso, mas no momento, soa melhor uma oração. Como tudo o que é momento na vida, isso - também - passou.